domingo, 24 de setembro de 2017

Dias Ruins I

(esboço)

vai e vem medo e
se apagam motivos
pra esconder os segredos
sobre o que mói meus sorrisos

o dente trai a mente: brilha
enquanto o falado cai ao chão sem
ar

mas paira: próximo à morte na pedra suas
cores vibram como um pensamento-maquiavel:
somente para recordar os
quadros que eu deixei de pintar
a fim de que eu sentisse com toda força a
dor de me escapar o que nunca foi meu

e os sons perturbam toda razão e coerência, a essência já era, o concreto se esfacela contra a parede de tecido feito do maldito-não-dito e de todos os poemas que eu deixei de escrever porque seriam honestos demais

não que a desonestidade seja maldita ou até
evitada
mas mesmo
ela precisa
de algo de verdade
pra servir como não prisão,
liberdade

(fim do esboço)

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