quinta-feira, 31 de outubro de 2013

A cada

Meu dia é marcado, reajustado.
A cada dia vivido, desajustado,
me encontro tão animado  
em você.
Escrevo um dia, no outro eu paro
talvez porque eu não reparo
que você,
só você faz meu dia .


São quatro pés descalços
andando  sem rumo ou prumo.
Não importa o dia
importa você.

Paralelamente Ortogonal

Mas, que maravilha!
Mais que uma milha
De ouro à família
Dos donos de nossas filhas

Por quanto tempo serão devidas
Aos lamentos as causas perdidas
E que tanto tempo já passou
Até que enfim, se arrastou

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Na Mesa

Chupem a minha consciência ordinária.
Você que tenta me compreender, aproveite.
Não concretizem a minha ambiguidade
pois serão sonhados os sonhos,
dormindo, não acordado.

Espero que a pluralidade seja feita nas alternativas
que cada compreensão seja única, agússada.
Escrevo pra ti, faço meus a tua via.

Desejum conturbado, na mesa estão os sábio
que alimentam a poesia.
Concretize e não arriscarei degusta-lo.
Não como concreto, meu príncipe,
eu como apenas oque se pode ser degustado.


Sem Contexto


Com Texto
.....................

Ludimila

Eu me encante pelo seu A
Eu me encantei por cada olhar
Olhar que vêm, vai, mas não deixa estar

Lembra daquela noite?
Você dizia que me amava
Tola mentira, dizia eu
com o olhar mais encantado

Apolo [Parte - 06 Quando o Sol nasce na escuridão]

Era o dia que toda a minha prece era concedida , estava frente a frente com meu pesadel , fui colocado lúcido em um estágio onde tinha controle de todos os meus atos.  Estava em minha cama , a mesma cama a 13 anos , e sabia que estava em meu pesadelo. Levantei , não abri a janela pois sabia que ele estaria lá, fui a porta.

-Tenho que ir , Agora! -


 A cada dia dava alguns passos a mais, refugiava-me dentro desta aventura de fuga, repetia meus passos, passo a passo para poder prosseguir. No fim sempre acabava estrangulado, mas no dia de amanhã meu encontro era garantido, portanto, tentava.
   A sensação da fuga me roubava os hormônios , era fantástico e frenético, me sentia caça, a sensação era incrível. A vida vale a pena quando se tem que lutar por ela. Me viciei.

Apolo [Avulso - Eu me lembro]

 Minha pele Enrugada, reflexo de uma vida cansada, não tem muito a dizer. Não carrego muita coisa comigo, carrego um sonho mal acabado que consome o último resquício de minha vida.
  Eu escrevo mas não transpasso oque sinto, é impossível. Impossível tentar compactar a complexidade do amor e do ódio em linhas. Eu não a vejo mais, as luzes se apagaram. É como se toda a minha felicidade estivesse guardada em um local muito seguro, seguro de mais para se conseguir violar. Não me cesso pois tenho a esperança de ainda sim encontrar um modo de voltar , estou a sua procura Camila , eu nunca deixei de estar contigo mesmo estando tão distante.

Daddy

Minha batata perneta se transporta aos contos.
E as mentes cor-de-rosa que negrito compõem
Meus roubos e as salvações de Buda.
E limpo minha bunda.

Apolo [Avulso - Meus Últimos]

  Leve a minha obra, o meu espirito, doei grande parte de meu tempo a pensar em como transformar Scrapallo em algo concreto, a linha que define oque eu vivo e oque eu escrevo já está conturbada.
 Encontro nas minhas linhas as linhas verdades. Meu maior bem, não quero que se perca, não quero que a minha existência seja descontinuada.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Além do que se vê

Fechou as portas da casa de paredes sem cor
Esqueceu as janelas, cansou-se de frescor
Andou no escuro de objetos em extrema desunião
Não passava disso: menino privado de ter opinião.

Sentou-se no raio de ternura de velhas velas
Contornou e pintou silhuetas escuras em telas
Refletiu sobre o preto apagado da alma
Para alegrar a mãe, fingia ter calma.

Hamlet o fitava jogado aberto ao lado
Sabia no fundo que não seria decorado
Obrigações mudam rápido em cidadelas
Ser ou não ser, escolher não era uma delas.

O telefone toca: Já era hora de ir
Finalmente legalizava-se o sorrir
O dia seguiu como um grande laboratório
Em cima do palco, doce observatório.

O público o obrigava a viver
O anseio, o obrigava a escrever
A família suplicou a ele se habituar
Ele achou a solução: Decidiu atuar.




terça-feira, 22 de outubro de 2013

Nossa

Uma piada que traz rasgada a impressão de um nada composto
De desgosto e sabedoria da antiga massa de medidas intraordinárias
E se gosta sem a pífia imagem do que seria gostar de verdade
Dá voltas e voltas no mundo mas nunca sai da mesma cidade

As costas dispostas compostas de festas indiscretas
Se alongam e delongam as mostras de frestas abertas
Enquanto observa o ser vivo que habita suas batidas humanas
Os mantos se matam para aquecer suas preces insanas

Minto como sinto o que faz minha foz de ideias cadenciando em confissões
Mas as sínteses impróprias do que é lógico se impõem sobre as emoções
E se transportam aos distópicos tópicos de transe e carência de ar
Por mais que tentem e sentem o que mentem ao tentarem se explicar

As tais jusantes e rasantes já não arrasam o seu próprio amar
E seus mares de calabares, os horríveis olhares e pares
Parados os lados conjugados se compõem distantes e rasgados
E se olham, se molham e coam as intenções e os próprios estados

Sentindo os sensos sabidos pelos censos, censura o ideal
E a ternura dos ávidos guardadores de ideia já não mais cerca o que lhe é mal
Bronze, ouro e prata, pedras e levas de leves pontes impostas
E rosas cortantes e belas, as velas, de pano compostas

Apostas e derrotas são as troças da realidade utópica
E mostram-se derrotados os divisores e os trópicos
Mesmo que sejam indesejados se compõem novamente
E queimam, destroem, mas plantam sementes

Contentes cortes de carícias fortes os distraem completamente
E até esquecem da cadência desejada em ser exposta
Esquecem das pedras, dos amores e das apostas
Terminam-se mortos sem precisar expor sua mente.

Produção em Massa

Me ateno em palavras repetidas
não vividas
pois se para de viver ao escrever
pois a cada segundo de escrita
se deixa de ver um segundo da vida
pois talvez tentar entender tanto oque lhe passa dentro de uma mente conturbada
não valha a pena
pois talvez a inspiração esteja em tudo
neste mesmo mundo
onde tanto blabla conjugado se transforma em nada
pois a mente
apenas esta
consciente ou não
sabe ou deixa de saber oque se faz
portanto viva
pare por alguns segundos e sinta
veja o mundo e deixe ser visto
Pequeno Poeta--

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Pelos séculos, cortes e pensamentos fortes

Para tudo pra imaginar que festa maluca e atemporal
Faríamos uma vez por mês durante o aprendizado moral.
Quanto corte trans-versal enxergaríamos em cada sentimento
Sem  o consentimento de quem disse que cegaríamos?

Se somos nada além de tudo que somos,
E tudo que somos é o que a quê nos acostumamos,
Então, perceba aqui mais um trocadilho, são nonos
Os dias de felicitar-se por ser-humanos.

E quantos diriam, alguns séculos de produção poética seriam sub-julgados
Por minutos de música melanco-oleosa.
Pelos séculos, nós mesmos estivemos espalhados,
Nos identificando com uma caixa de emoções mais nossa.

E a dor na mente, melan-cólica, que vem
É pra suprir a lacuna do que estava lá antes.
Quando perdemos nossa crença mais forte, tudo bem:
Da vida e de todos sempre será possível semos amantes.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Overture

Mas já as trombetas foram embora
Sim, elas já foram pra fora
Do corpo da orquestra fúnebre e funesta
E não podem mais cantar à festa
Não que não gostem deles, as trombetas
Mas já estão um tanto caretas
Cansaram-se de fazer-se difíceis
Cansaram-se da canção imbecil
Tardaram-se a esvaziar os edifícios
Cortam as cordas da obra senil

E se cortam, os instrumentos de metal
Tiram suas cordas para cerzir um manto
Que de nada valerá seu constante canto
Se ainda assim sentirem frio no Natal, no inverno

Um inferno, um allegro
A presto, piano e forte
Contente a bela sorte
Da cadência de um samba musicado
Pois morreram violinos e violoncelos
E ficaram só os instrumentos jogados
Que jogam seu jogo de fazer barulho
E chamar de "música", por um belo orgulho
Mas nada ainda mais absurdo
Que calarem o clássico
E tocarem o mudo
Se mudar, me mudo

Abrem-se as cortinas.

Alternando os Versos

Vãs canções delirantes a fantasmas
Sem dono
Que distantes perturbam ainda
O sono

Monções tão distantes
Irrompem a doer as palavras
Pesadas e flagrantes
Como uma clava

Torcem espinhos da ingratidão
Que recolhem as poesias
Corrompe-as e só dão
A momentânea alegria

E negadas duas vezes
As pegadas da vida
Que tentam achar um calço
Tentando alguma sandália que seja cabida

Ó, a mentira das plantas que planejam
Já caíra como mantras distrativos
A santa que leva à absoluta desgraça
E canta, pintando de sangue a interna praça

Mas os torpes motivos dos textos clamados
Roubaram as tentativas de lágrimas caídas
E diz ter sido uma das coisas mais lindas
Mas belo nada é além do agradável aos olhos

E velo o mar do bem que já foi-lhe feito
Pois ainda as poesias tem um quê da indiferença
Incrível se achar que foi-se feita diferença
À limerância que não passou de despeito

E como as rimas que encaixam errado
Espírito de versos um tanto agnóstico
Os descontentamentos colocados em um alternado
Acróstico

domingo, 6 de outubro de 2013

Parla

De arrastar, contente
As fotos quentes
Do verão

E verão essas correntes
Que nos traem
O coração

Sem ação, as nossas mentes
Se contraem,
Dizem não

Com pompa, as sementes
Do chão saem
Solidão

Mas não
Não diga que é
A semente que fez o pé

Nunca diga
Que foi o cérebro
Que negou o pedido ébrio

Na verdade
Quem fez os elos
Fomos nós, os belos

E fotos
Até elas
Só foram tiradas no inverno

sábado, 5 de outubro de 2013

Doideira

Da descrição, diária dose,
Desconta em mim dito descarte.
Dar-lhe-ei dosagem diminuta,
De dardos de dor, de mim, desastre.

Cala a boca.

Se as palavras me escapam
Não tome-me como ingrato
Pois nada mais é que o fato
De minha língua travar quanto à mente

Mas se tomar, me toma
Como um remédio
Alguma coisa que cure, afete
Que possa te tirar do tédio

E que tenha afeto
Pois é um mundo aberto
Onde minhas palavras se param
E a mente atrasa a voz

Penso até que falo
Mas de falar já escrevi três livros
Fala o que pensa da vala
Que deixo nos versos descabidos

Mas fala! Fala que eu não consigo
Não posso guardar só comigo
O fado de falar, de fato
Ou o fato de calar-me o gado

Magoe-me, mas não cale minhas palavras
Que quando saem podem ser as mais poetas
Ou apenas uma piada discreta
Mas significam um verbo cabido

Caído, o coração mente
Mas a mente nunca pensa o contrário
Na verdade, é até mais arbitrário
Pois a consciência às vezes não manda em nada

Mas muda o que o coração acaba a sentir
Que de tanto calado tenta desistir
De pulsar as palavras que tanto o correm
Mas que correm o risco de serem esquecidas

As vidas inertes que não saem da boca
Destemidas e ébrias saudades e roupas
Que não cabem às palavras que se tenta calçar
Mas que são tão sinceras quanto o que tentamos falar.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Hospício

Amaldiçoa, a bruxa
Encantada
A pessoa boa
Rasgada

Às inertes quebras
Cantadas
Nas menores quedas
Mandadas

Com os leves sonhos, o sono
Sem se dar conta do desejo
Bom, são pinturas novas sem dono
Cem radares pra perceber os despejos

Sobra-se a fauna
Cheirosa
E a flor na sauna
Perigosa

Comem pelos cantos
Covarde
Nomeiam selos, mantos
Alarde

Mas palavras da bruxa agora ecoam
Nos nossos pensamentos confusos
Distorce do nada, na hora destoam
E levam as sinapses a entrar em parafuso

Risadas e troças
Rasteja
Piadas às costas
Cereja

Os torpes criados
Criados
E tortos, mirrados
Criados

Mas agora já não são mentes muitas
As cabeças se uniram absolutas
Mundo afora, cá no cerne, nas casas e nos campos
Consciências feiticeiras já ruíram o especial

Corre e morre
Fica
Fica e morre
Corre

Morre e morre
Morte
Morre e morre
Sorte

Se conseguirmos o coração dela
Disseram que não seremos mais zumbis
Mas são as paredes de um hospital
Que realmente cercam nossas mentes senis

quinta-feira, 3 de outubro de 2013