Metas perversas e dispersas
Entoam um controverso cântico à
Letargia psicológica, que reflete o cinza das nuvens.
Ainda que o intuito seja o sorriso constante,
Nada traz de tangível a esperança fundada -
Carente de fatos e de almas, é nada (
Ortopedia para os sonhos, somente) -
Levando ao alívio instantâneo e à dissolução eterna,
Imbui aos pensamentos uma caótica baderna
Abraçando os que são, de vitória, carentes.
Vívidos tons, no cinza, encontram os brilhantes.
Idiotas que são, congregam, errantes, e
Comungam c'o eco sem comunicar-se. "
Indistinta maiêutica, a de amar e amar-se", pensam.
Antes de pensar sobre o fim, morre.
segunda-feira, 31 de março de 2014
domingo, 30 de março de 2014
Prelúdio
Forças primais, vulcânicas, vibrantes
Fontes de caos, de luz, de devaneios
Rebatei-vos nos corações alheios
Desde o depois, do agora, desde o antes
Nas órbitas dos astros mais distantes
Físicas atrações pulsais sem freios
De vós me sinto agudamente cheio
Nos meus nervos e veias mais gritantes
Entrai nos meus intrínsecos sentidos
Espalhai formas vagas, densas, raras
De dores, de emoções e de desejos
Significai, ocultamente claras,
Em sensações, em lembranças, em beijos
Os sentimentos mais indefinidos
Fontes de caos, de luz, de devaneios
Rebatei-vos nos corações alheios
Desde o depois, do agora, desde o antes
Nas órbitas dos astros mais distantes
Físicas atrações pulsais sem freios
De vós me sinto agudamente cheio
Nos meus nervos e veias mais gritantes
Entrai nos meus intrínsecos sentidos
Espalhai formas vagas, densas, raras
De dores, de emoções e de desejos
Significai, ocultamente claras,
Em sensações, em lembranças, em beijos
Os sentimentos mais indefinidos
terça-feira, 25 de março de 2014
Biografia
Um livro de mim, pra mim
Sobre o meu ser, sobre minhas vitórias
Sobre as derrotas, uma nota: "humilde!"
Sobre o prefácio, um autor conhecido.
Sobre a família, sobrenome já basta
(mais que isso desgasta);
e se lembrem dos cães
(amam mais quem gosta de bichos que quem gosta de mães)!
Não prolongue os assuntos,
Lembre de ir direto ao ponto:
"Ele foi..."
Fui o quê mesmo?
Ah, na hora você vai dar seu jeito.
Afinal, quem quer vender os livros é o escritor, não o escrito, não o sujeito.
Mas livro sobre mim? Faz logo um filme!
Dramatize até minha caneca de café;
meu café-da-manhã;
meus sonhos sem sentido
que significarão alguma coisa em um plot twist futuro,
e não esqueça dos atores famosos!
Mas se quer saber,
Não acho que você servirá.
Encontrarei outros ou outras, assim não dá.
Escreverei eu mesmo se necessário!
Hão de fazer justiça à minha imagem!
(Você acha que saí bonito naquela foto?)
De fato, que inocência!
Achar que permitirei livros que dissertem sobre a minha essência!
Nem eu a conheço, quem é o mercado para querer descobrir?
Processo, processo!, quem da linha sair.
Darei uma chance, agora estou no pique.
Lembre de ressaltar: "foi chique!"
E, se inspiração faltar, grave este excerto rasgado:
"Humildade é desculpa de fracassado!"
Sobre o meu ser, sobre minhas vitórias
Sobre as derrotas, uma nota: "humilde!"
Sobre o prefácio, um autor conhecido.
Sobre a família, sobrenome já basta
(mais que isso desgasta);
e se lembrem dos cães
(amam mais quem gosta de bichos que quem gosta de mães)!
Não prolongue os assuntos,
Lembre de ir direto ao ponto:
"Ele foi..."
Fui o quê mesmo?
Ah, na hora você vai dar seu jeito.
Afinal, quem quer vender os livros é o escritor, não o escrito, não o sujeito.
Mas livro sobre mim? Faz logo um filme!
Dramatize até minha caneca de café;
meu café-da-manhã;
meus sonhos sem sentido
que significarão alguma coisa em um plot twist futuro,
e não esqueça dos atores famosos!
Mas se quer saber,
Não acho que você servirá.
Encontrarei outros ou outras, assim não dá.
Escreverei eu mesmo se necessário!
Hão de fazer justiça à minha imagem!
(Você acha que saí bonito naquela foto?)
De fato, que inocência!
Achar que permitirei livros que dissertem sobre a minha essência!
Nem eu a conheço, quem é o mercado para querer descobrir?
Processo, processo!, quem da linha sair.
Darei uma chance, agora estou no pique.
Lembre de ressaltar: "foi chique!"
E, se inspiração faltar, grave este excerto rasgado:
"Humildade é desculpa de fracassado!"
domingo, 23 de março de 2014
Destilado.
Morte pelas vísceras tuas, deus
dos homens que julgas tenros e seus;
dos nomes às pulgas que tão lhe impedem
e, enormes, urram, vomitam e fedem.
És nobre, ó bandeira dos não-plebeus;
ó sujeira acumulada dos meus.
Ouve o grito dos bravos que lhe pedem
por conselhos, retorna o que comedem.
És o tanto, és o alvo, és tudo.
Coses mantos pelos olhos dos cegos;
fazes disso ato puro e comedido.
Mas nem tanto tu és, ó branco surdo.
Não encantas minha visão, lhe nego;
omisso a fatos, erro cometido.
sexta-feira, 21 de março de 2014
Qaiaqrsv (Ou "Uma Frase Revoltante")
As minhas elegias não me dizem quem são deuses,
E minhas alegrias sobrepõem seus dizeres.
Se dizes que és tudo, digo o nada contraposto,
Se eu disse "faz-me mudo!" foi, de todo, contragosto.
E sim, me digo sóbrio para lhe dizer que só penso,
E assim consigo logo me viver, um ser suspenso.
Os jogos de olhares são trocados como cartas,
E os fogos pelos ares não tocados são espada.
Nos traz a relação que tão simples nos descarta,
Mas ainda a emoção do nosso nicho faz-nos nada.
E minhas alegrias sobrepõem seus dizeres.
Se dizes que és tudo, digo o nada contraposto,
Se eu disse "faz-me mudo!" foi, de todo, contragosto.
E sim, me digo sóbrio para lhe dizer que só penso,
E assim consigo logo me viver, um ser suspenso.
Os jogos de olhares são trocados como cartas,
E os fogos pelos ares não tocados são espada.
Nos traz a relação que tão simples nos descarta,
Mas ainda a emoção do nosso nicho faz-nos nada.
quarta-feira, 19 de março de 2014
Talvez.
É nosso o sonho, é nosso o canto
Onde ficam os devaneios e anseios de um tonto quero-mais;
de um querer que satisfaz;
de um sonhar que toca e canta sem perder nunca o encanto.
Um desejo, de fazer, feito.
Sou eu quem sonho, é meu o pranto
Pelo impossível e pela esperança jogada na sarjeta molhada de éstila;
pelos incabíveis meios e a lástima;
pelas incontáveis horas de convencer-se não ser, nunca, santo.
Sem contar com milagres no saldo final.
É o fardo pronto,
O lado errado da moeda viciada em passar despercebida;
roubada, louvada, despida;
fazendo seus cobradores e devedores de tonto.
E pagando a mendicância, que sonha.
É o fado solene,
Tocado distorcido por acordes errados em cordas de veias;
por cadências de cadeias
que libertam o si-mesmo do pensar e da vontade própria,
Livre, louvável, sonhando, sonhado, pensando, passado.
Futuro - talvez.
Onde ficam os devaneios e anseios de um tonto quero-mais;
de um querer que satisfaz;
de um sonhar que toca e canta sem perder nunca o encanto.
Um desejo, de fazer, feito.
Sou eu quem sonho, é meu o pranto
Pelo impossível e pela esperança jogada na sarjeta molhada de éstila;
pelos incabíveis meios e a lástima;
pelas incontáveis horas de convencer-se não ser, nunca, santo.
Sem contar com milagres no saldo final.
É o fardo pronto,
O lado errado da moeda viciada em passar despercebida;
roubada, louvada, despida;
fazendo seus cobradores e devedores de tonto.
E pagando a mendicância, que sonha.
É o fado solene,
Tocado distorcido por acordes errados em cordas de veias;
por cadências de cadeias
que libertam o si-mesmo do pensar e da vontade própria,
Livre, louvável, sonhando, sonhado, pensando, passado.
Futuro - talvez.
segunda-feira, 17 de março de 2014
A Vida Musa
Sou eu quem não posso, não devo
Me submeter às suas graças, não quero
Sou em quem decido, quem pode
São minhas as rédeas (espero!)
E observo as vidraças e gentes
Ambas frágeis, de cor transparente
Imutáveis, são flores de gaia
Rentáveis, somente os conscientes.
Alongo meu olhar a uma retina
Que retribui por sorrisos fechados
Um "olá" que rui como vidros quebrados
E soa como o sino aos desencarnados.
Me submeter às suas graças, não quero
Sou em quem decido, quem pode
São minhas as rédeas (espero!)
E observo as vidraças e gentes
Ambas frágeis, de cor transparente
Imutáveis, são flores de gaia
Rentáveis, somente os conscientes.
Alongo meu olhar a uma retina
Que retribui por sorrisos fechados
Um "olá" que rui como vidros quebrados
E soa como o sino aos desencarnados.
Poeira Cômica
O raio de sol
Em minha têmpora atemporal
Sem ser além de mim,
Sendo apenas um mirim
Sob os astros imponentes,
Sob o grande
Universo
Nosso único deus.
Em minha têmpora atemporal
Sem ser além de mim,
Sendo apenas um mirim
Sob os astros imponentes,
Sob o grande
Universo
Nosso único deus.
Até que Eu Caia no Sono
Como folhas no outono
Caíram as preces
Por noites de sono
Tranquilas, e cresce
O afeto sem dono
E sem alvo, que esquece
Ser pó de um só pomo
Que, verde, renasce
E as estrelas violeiras entoam a canção
Que liberta o ser humano de necessitar perdão
Levando-nos a danças etéreas sem razão
Caminhando para longe da plantada ilusão
Caíram as preces
Por noites de sono
Tranquilas, e cresce
O afeto sem dono
E sem alvo, que esquece
Ser pó de um só pomo
Que, verde, renasce
E as estrelas violeiras entoam a canção
Que liberta o ser humano de necessitar perdão
Levando-nos a danças etéreas sem razão
Caminhando para longe da plantada ilusão
quarta-feira, 12 de março de 2014
Sacerdotismo
Korine acordou com
a fria brisa do ar que gelava suas entranhas e fazia as persianas de seu quarto
rebelarem-se contra a própria parede de pedra que as continha.
Desperto, acendeu a
lamparina de óleo à cabeceira de sua cama, uma construção de madeira reforçada
com colchão e almofadas de pena de ganso, e se levantou ao negro da madrugada
que lhe inquietara com suas canções geladas.
Abrindo a porta de
madeira que separava seu quarto do santuário, Korine se pôs a pensar se deveria
realmente visitar a câmara de seu Deus ou se era melhor que voltasse ao seu
sonho, aquele pedaço de desejos manifestados em imagens, único espaço (mesmo
que irreal, sabia) onde podia constituir uma família.
Mas não era
inocente. Sabia suas responsabilidades. Era o último Sacerdote, último servente
de Rhoros, a Vida, e era seu dever dedicar cada segundo a Ele. Ser acordado no meio da noite na verdade fora uma
benção, mesmo sendo estranho seu sono profundo conseguir finalmente ser perturbado,
pois poderia dedicar mais tempo ao Trabalho.
Desceu a escadaria circular de mármore que levava ao
Altar Central, ponderando sobre os reais motivos do seu despertar, pois
lembrava-se que, da última vez em que fora acordado, Rhoros tinha de lhe compartilhar
um recado extremamente importante. Com isso em mente, apressou o passo e a
descida, ansioso, e chegou onde queria, contemplando a grandiosidade extrema
daqueles construtos.
O Altar Central era retesado por um gigante salão, uma
extensa planície de mármore, marfim e pedra, com bancos de madeira distribuídos
simetricamente e uma camada de pó que não era limpa já havia meses, encobrindo
o tapete esmeralda com detalhes em dourado que levava ao Altar, de fato, que
por sua vez impedia a passagem ao Grande Poço.
O Poço era um gigante buraco que, diziam as lendas,
era infinito, e que guardava em suas profundezas o próprio Rhoros, ou assim
ouvira dizer Korine, que pôs-se a observar de fato a construção que retesava
seu real objetivo ali.
De fato, somente um Deus (ou uma centena de escravos)
poderia ter conjugado aquela união de beleza, realismo e realeza que permeava o
Altar Central.
Estátuas de diversas manifestações da Vida, esculpidas
em bronze e pintadas em ouro e prata, cercavam a estante de livros sagrados e o
pódio, onde antigamente os Sacerdotes falavam suas preces, bênçãos e sermões
para uma miríade de pessoas, ou pelo menos assim ouvira dizer Korine.
Uma orquídea esculpida se encontrava no
topo de um tronco de mármore, e Korine retirou uma de suas pétalas, conectadas
à flor dourada por um fio de prata, um mecanismo antigo, porém sofisticado e
útil, que revelava as escadas a caminho da Câmara Sagrada.
Erguendo o alçapão revelado embaixo do tronco que
suportava a orquídea, uma vez mais descia aqueles degraus, para realizar seu
Trabalho. Korine agora se colocaria à disposição de Rhoros, com corpo e mente,
para que seu Deus pudesse obter todo o impulso e dedicação necessários para sua
preservação e eternidade.
ABC do ABsurdo
Facilita o cotidiano mortal
A doutrina que chega pra iludir,
Qual contenta tal domínio rural -
Impedindo as barreiras de cair.
Sendo o simples a alternativa real
A chacina de increntes fá-nos rir,
Tal a doença do meio cultural -
Carregando os Estados a ruir.
E o comum dos insuflados perdidos
É o êxodo às nações auto-melhores,
Fome por direitos e pormenores.
Sendo pouco mais que alados caídos,
Cedo a realidade chega a sonhadores -
Fizeram da morte tão lindas flores!
terça-feira, 11 de março de 2014
Dipirona Social
Na rua, faminto, de lua
Sob a lua e as estrelas opacas
Sobre o nada escrevo e sobre o cimento eu me sento.
E sinto as entranhas do chão que me suga
E me enxuga a alma com seu silêncio marcante
Que cobre almas e encobre homicídios
De nobre me faço no jardim das lixeiras
Sem telefones nem ninguém para usá-los
E sem ter certeza se estou errado de fato
Talvez essas flores nasçam do lixo
Talvez esse lixo seja vindo das flores
Que respiram e se nutrem à vontade
Copulando com seus amigos do ar
Sem lembrarem-se se já foram sementes
Ou se um dia já riram contentes
Medindo suas cores e hormônios
Se termina o pequeno humano na rua
Sorrindo, chorando e cantando pra Lua.
Sob a lua e as estrelas opacas
Sobre o nada escrevo e sobre o cimento eu me sento.
E sinto as entranhas do chão que me suga
E me enxuga a alma com seu silêncio marcante
Que cobre almas e encobre homicídios
De nobre me faço no jardim das lixeiras
Sem telefones nem ninguém para usá-los
E sem ter certeza se estou errado de fato
Talvez essas flores nasçam do lixo
Talvez esse lixo seja vindo das flores
Que respiram e se nutrem à vontade
Copulando com seus amigos do ar
Sem lembrarem-se se já foram sementes
Ou se um dia já riram contentes
Medindo suas cores e hormônios
Se termina o pequeno humano na rua
Sorrindo, chorando e cantando pra Lua.
Uma Pena
A calma que se repara
Refletida sem alma própria
E sentida como um corte impróprio
Tirando e somando à consciência
Sem carência qualquer de quaisquer essências
Com confusões que quer matam, quer saram
"Sois tua realeza", os surreais dizem
Cultivando dor e flores num jardim sem verdades
E esnobado todos amores sem sincera identidade
Os astros se ocupam em dar nós em nós
Agarrando os irresponsáveis pelo cós
Desbravando nossa inteligência rara
Refletida sem alma própria
E sentida como um corte impróprio
Tirando e somando à consciência
Sem carência qualquer de quaisquer essências
Com confusões que quer matam, quer saram
"Sois tua realeza", os surreais dizem
Cultivando dor e flores num jardim sem verdades
E esnobado todos amores sem sincera identidade
Os astros se ocupam em dar nós em nós
Agarrando os irresponsáveis pelo cós
Desbravando nossa inteligência rara
Matéria
Por pouco não
vejo.
Por pouco não
ouço.
Por pouco não
sinto.
Por pouco não
sonho.
Por pouco não!
Muito!
Sem coração,
minto.
Sem solução,
caio.
Sem mais ação,
louvo.
Com minha mão
ando.
Comando o meu
mundo.
Contanto que o seu
toque
Não seja tão
absurdo.
vejo.
Por pouco não
ouço.
Por pouco não
sinto.
Por pouco não
sonho.
Por pouco não!
Muito!
Sem coração,
minto.
Sem solução,
caio.
Sem mais ação,
louvo.
Com minha mão
ando.
Comando o meu
mundo.
Contanto que o seu
toque
Não seja tão
absurdo.
domingo, 9 de março de 2014
Tri Tom Go
O estresse cinza-escuro nunca dura, sempre duro.
Mas cresce com ternura, pelas veias, pelas ruas
Que pulsam com o sonhar dos fantasmas sem cabana
Que rogam pela paz, ou pela guerra, ou pelas duas.
E o triste esclarecido (sem vitórias, sem cupido),
Brinda às elegias de suas dores, impedindo
O sangue de correr pelos poços, pelas damas,
Pelos vindos maquinários ladroeiros de suas chamas.
Grandes esses, esses grandes -
Tão distantes, tão cadentes...
Poucos são, pouco sãos -
Santos foram - tão carente...
Corroeu-se a integridade
Em prol da impunidade
E ruíram a verdade
Mas será que era a verdade?
Serão mais que mero alarde
Os mitos que mentem dDeus?
Quanto à calma, cinza-clara, sempre nua, sempre rara,
Diz-se pouco, diz-se rouco, diz-se nada, disse nada!
Dissidentes dos estouros de uma memória tenra
A mente BERRA à beira de sua insana estrada
Destruída por si própria.
Consumida por si mesma.
Despida de ideias.
Vestida de mágoas.
A descida não é bela, nunca foi ou será.
Já a escalada se faz antro do bonito e feliz...
E, antes do que a própria alma quis,
Morre o espírito sem cor,
Sem um empírico amor.
Além da dor, além do corpo.
Aquém.
A quem?
Mas cresce com ternura, pelas veias, pelas ruas
Que pulsam com o sonhar dos fantasmas sem cabana
Que rogam pela paz, ou pela guerra, ou pelas duas.
E o triste esclarecido (sem vitórias, sem cupido),
Brinda às elegias de suas dores, impedindo
O sangue de correr pelos poços, pelas damas,
Pelos vindos maquinários ladroeiros de suas chamas.
Grandes esses, esses grandes -
Tão distantes, tão cadentes...
Poucos são, pouco sãos -
Santos foram - tão carente...
Corroeu-se a integridade
Em prol da impunidade
E ruíram a verdade
Mas será que era a verdade?
Serão mais que mero alarde
Os mitos que mentem dDeus?
Quanto à calma, cinza-clara, sempre nua, sempre rara,
Diz-se pouco, diz-se rouco, diz-se nada, disse nada!
Dissidentes dos estouros de uma memória tenra
A mente BERRA à beira de sua insana estrada
Destruída por si própria.
Consumida por si mesma.
Despida de ideias.
Vestida de mágoas.
A descida não é bela, nunca foi ou será.
Já a escalada se faz antro do bonito e feliz...
E, antes do que a própria alma quis,
Morre o espírito sem cor,
Sem um empírico amor.
Além da dor, além do corpo.
Aquém.
A quem?
domingo, 2 de março de 2014
Entre A Tarde e A Noite
Ó sol, ó fim de tarde, ó lindo dia
Ó dia que se vai, que foi tão belo
Que iluminou meu chão, meus pensamentos
No mesmo brilho etéreo
Que os astros reis no cosmos se saúdam
Que iluminou a terra quando Deus
Disse "Faça-se a luz!" E a luz se fez
No infinito brilhante!
Algo se agita dentro do meu centro
Quando vejo a fusão alaranjada
Das luzes novas e das luzes velhas
Beijando-se no ocaso
E um mar de nuvens se desenha ao longe
Compondo em traços vivos no horizonte
Nas telas divinais uma aquarela
Laranja, azul e bela!
E a terra alegre vibra intensamente
Quando os eccos da viva imensidade
Nos cristais da sua fronte delineiam
As forças do universo
Magicamente, o sol brilha e se esconde
E olha uma última naquele dia
Na face azul da terra, que ele ama
E ela o ama também!
E assim, dentro de mim, tudo se cala
Um sorriso se põe para que um outro
Tímido e louco, escuro e mais brilhante
Possa querer brilhar
Se ergue no céu uma musa distante
Divina e calma e em movimentos leves
Vai eclipsando as cores do crepúsculo
Na sua cor de luar
.
.
E tendo sob os olhos esta cena
Que há muito tempo assim não percebia
Eu leio, leio até vir pranto aos olhos
Os Novos Cantos de Gonçalves Dias
Ó dia que se vai, que foi tão belo
Que iluminou meu chão, meus pensamentos
No mesmo brilho etéreo
Que os astros reis no cosmos se saúdam
Que iluminou a terra quando Deus
Disse "Faça-se a luz!" E a luz se fez
No infinito brilhante!
Algo se agita dentro do meu centro
Quando vejo a fusão alaranjada
Das luzes novas e das luzes velhas
Beijando-se no ocaso
E um mar de nuvens se desenha ao longe
Compondo em traços vivos no horizonte
Nas telas divinais uma aquarela
Laranja, azul e bela!
E a terra alegre vibra intensamente
Quando os eccos da viva imensidade
Nos cristais da sua fronte delineiam
As forças do universo
Magicamente, o sol brilha e se esconde
E olha uma última naquele dia
Na face azul da terra, que ele ama
E ela o ama também!
E assim, dentro de mim, tudo se cala
Um sorriso se põe para que um outro
Tímido e louco, escuro e mais brilhante
Possa querer brilhar
Se ergue no céu uma musa distante
Divina e calma e em movimentos leves
Vai eclipsando as cores do crepúsculo
Na sua cor de luar
.
.
E tendo sob os olhos esta cena
Que há muito tempo assim não percebia
Eu leio, leio até vir pranto aos olhos
Os Novos Cantos de Gonçalves Dias
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