Simétrico é sinônimo de oposto
Recíproco é sinônimo de inverso
Se te declaro amor por este verso
Logo dizes pra mim que tens desgosto
Analisando as linhas do teu rosto
Cheguei à conclusão que estou imerso
Nos pontos do teu conjunto universo
Quanto mais te incomoda, mais te gosto
Essas emoções perpendiculares
Destroem minha minha máxima equação
De amar-te sem parâmetros de amor
Mas, tal que, resultantes, causam dor
Certamente elas são elementares
Na geometria do teu coração
sexta-feira, 30 de maio de 2014
quinta-feira, 29 de maio de 2014
Pensamentos Não-Euclidianos
Elevo meus pensamentos aos limites do espaço
E quando sinto que estou quase chegando
À fronteira final
Ao frenesi
Chegando
Combustões desesperadoras se discorrem
No vácuo de minh'alma
Por que meus neurônios
Presos à sua condição de matéria limitada
Conseguem conceber
O inconcebível?
Quer dizer
Se eu nem sei se isso existe
(Não é que não deva existir)
Mas eu não deveria poder saber
Elevo minhas radiações psíquicas
Corpos distantes fazem trocas de energia
Imensuravelmente maiores
Que a linguagem que discorre do meu encéfalo
E a natureza
Universal
Unânime
Multiforme
Segue seu rumo indefinido
Vaporizando nossos corpos
E nossas teorias
E quando sinto que estou quase chegando
À fronteira final
Ao frenesi
Chegando
Combustões desesperadoras se discorrem
No vácuo de minh'alma
Por que meus neurônios
Presos à sua condição de matéria limitada
Conseguem conceber
O inconcebível?
Quer dizer
Se eu nem sei se isso existe
(Não é que não deva existir)
Mas eu não deveria poder saber
Elevo minhas radiações psíquicas
Corpos distantes fazem trocas de energia
Imensuravelmente maiores
Que a linguagem que discorre do meu encéfalo
E a natureza
Universal
Unânime
Multiforme
Segue seu rumo indefinido
Vaporizando nossos corpos
E nossas teorias
terça-feira, 27 de maio de 2014
Escrito a partir de uma lousa sendo apagada
Lousa, lousa... Quanta cousa
Nessa tua vida de quadro silencioso
Não viste...
Quantas coisas foram escritas
Na tua face sólida
Quantos símbolos infinitos
De amor, de arte, de ciência e de zoeira
Se desfizeram nas tuas feições
Quantos símbolos infinitos
Quantos símbolos efêmeros
Vai, chora nossos signos magrelos
Apaga deste mundo o que se apagou dos nossos olhos
Mas ainda (esperamos)
Está escrito nas nossas cavernas mentais
E um dia, quem sabe
Revisitaremos
Como a Pré-História do nosso cotidiano
Nossas palavras antigas
Nossos pensamentos rupestres
Nessa tua vida de quadro silencioso
Não viste...
Quantas coisas foram escritas
Na tua face sólida
Quantos símbolos infinitos
De amor, de arte, de ciência e de zoeira
Se desfizeram nas tuas feições
Quantos símbolos infinitos
Quantos símbolos efêmeros
Vai, chora nossos signos magrelos
Apaga deste mundo o que se apagou dos nossos olhos
Mas ainda (esperamos)
Está escrito nas nossas cavernas mentais
E um dia, quem sabe
Revisitaremos
Como a Pré-História do nosso cotidiano
Nossas palavras antigas
Nossos pensamentos rupestres
segunda-feira, 26 de maio de 2014
Contextamento
Se vejo água na rua e penso "choveu", sei que a natureza é bem maior que meu ego. Mas se num orgasmo me vejo animal, sou natural e à vida me apego.
Constatações, estas, de um ser involuído, material e humano: não existe n'outro plano que não naqueles de seus mestres-de-rio tietereiros (com espaço para uma ou outra delineação dos engendres da mente egoísta e certeira).
Sou irreal à medida que penso, logo existindo em universos-ficção
- com a consciência de ser o escapismo uma enganosa emoção - e, penso, não sei em qual lado do muro me encontro: dos desfavelados ou monetários desencontros?
E os contrapontos são poucos: serotonina e mais alguns. O que me insufla não é minha química, mas o lugar-nenhum das esperanças de quem não quer mais esperar. Se sei lutar, escrever ou pensar - o que eu não sei, de fato! - é por descaso e por influência.
Qual me acomete por instinto(s): o acaso, o caso ou qualquer ocaso?
sexta-feira, 23 de maio de 2014
"Discurso de um Átomo Reacionário"
Hidrogênios são uma coisa curiosa
Não?
Não sabemos se os dominamos
Porque desconhecemos suas origens
Sua história
Sua família
E seus antecedentes criminais
Em que canto obscuro
De uma ruela universal
Nos becos de um
Corpúsculo material indefinido
O primeiro hidrogênio
Assaltou o primeiro átomo?
Não
Não se pode confiar nesses hidrogênios
Há alguns séculos diziam
Que eles nem podiam ser considerados
Parte da existência
Não deve ser por acaso
Que eles quase não tem prótons
Não deve ser por acaso
Que eles se concentram
Na periferia das substâncias
Olha, eu acho o seguinte
Hidrogênio bom
É hidrogênio morto
Daqui a pouco não vai dar mais
Pra andar na rua
Sem estar eletrizado
Precisamos de mais tropas
De choque...
Senão, mais dia menos dia
Essas hordas de subpartículas
Selvagens
Vão corromper a integridade
Da matéria
Eu, como um bom átomo de direitênio
De classe média alta
Pai da família B2
Valência de dez salários mínimos
Em união estável com minha querida hidroxila há vinte e cinco anos
Não posso ter nada desses átomos baixos
Em minha eletrosfera
De origem europeia
E não gosto desse negócio
De elétron livre
Pra esses átomos
Da esquerda
Da tabela periódica
E sou a favor da pena de morte
Na verdade
Só queria ser um gás nobre
Mas enquanto não posso
Vou tentar coibir
Aqueles que são mais fracos
Do que eu
Na verdade
Só queria ser um gás nobre
Não?
Não sabemos se os dominamos
Porque desconhecemos suas origens
Sua história
Sua família
E seus antecedentes criminais
Em que canto obscuro
De uma ruela universal
Nos becos de um
Corpúsculo material indefinido
O primeiro hidrogênio
Assaltou o primeiro átomo?
Não
Não se pode confiar nesses hidrogênios
Há alguns séculos diziam
Que eles nem podiam ser considerados
Parte da existência
Não deve ser por acaso
Que eles quase não tem prótons
Não deve ser por acaso
Que eles se concentram
Na periferia das substâncias
Olha, eu acho o seguinte
Hidrogênio bom
É hidrogênio morto
Daqui a pouco não vai dar mais
Pra andar na rua
Sem estar eletrizado
Precisamos de mais tropas
De choque...
Senão, mais dia menos dia
Essas hordas de subpartículas
Selvagens
Vão corromper a integridade
Da matéria
Eu, como um bom átomo de direitênio
De classe média alta
Pai da família B2
Valência de dez salários mínimos
Em união estável com minha querida hidroxila há vinte e cinco anos
Não posso ter nada desses átomos baixos
Em minha eletrosfera
De origem europeia
E não gosto desse negócio
De elétron livre
Pra esses átomos
Da esquerda
Da tabela periódica
E sou a favor da pena de morte
Na verdade
Só queria ser um gás nobre
Mas enquanto não posso
Vou tentar coibir
Aqueles que são mais fracos
Do que eu
Na verdade
Só queria ser um gás nobre
sexta-feira, 16 de maio de 2014
Inversão
i
morrer
é a missão:
dos males do ser, da alma e da mente...
que somente pensa em se livrar
à própria voz da consciência demente
pois nada mais incerto que não escutar
o que se faz ouvir.
é o grito
ii
nem mais que sonho escapado -
e não é menos que maldição predita,
presente no âmago do amor humano
da inocência do pensar animal
pois são elas as cabais provas
que preces não mentem
mentira é falar ou pensar
iii
o engano que se faz
quase um barulho de televisão chiada, é
nosso próprio e ruído ronronar -
do mal que corrompe, assim
mas também é bom duvidar
se pode pensar mal do bem
ii
um selvagem
mas se comporta...
teme tudo - morte e derrota
porque se sente alma, sente sorte
a esperança... nunca morre
nunca volta
i
bem, fique assim
pois pensava demais, até
perdi os sonhos, perdi o sono...
bom dia, você já tem dono?
tique taque, hora do abono
morrer
é a missão:
dos males do ser, da alma e da mente...
que somente pensa em se livrar
à própria voz da consciência demente
pois nada mais incerto que não escutar
o que se faz ouvir.
é o grito
ii
nem mais que sonho escapado -
e não é menos que maldição predita,
presente no âmago do amor humano
da inocência do pensar animal
pois são elas as cabais provas
que preces não mentem
mentira é falar ou pensar
iii
o engano que se faz
quase um barulho de televisão chiada, é
nosso próprio e ruído ronronar -
do mal que corrompe, assim
mas também é bom duvidar
se pode pensar mal do bem
ii
um selvagem
mas se comporta...
teme tudo - morte e derrota
porque se sente alma, sente sorte
a esperança... nunca morre
nunca volta
i
bem, fique assim
pois pensava demais, até
perdi os sonhos, perdi o sono...
bom dia, você já tem dono?
tique taque, hora do abono
Janêo e os Seres
Janêo acordou com cheiro de sonhos... estaria a padaria abrindo ou o odor era uma simples manifestação de um ide reprimido que se rebelara contra a própria realidade, formando então encarnações oníricas ao vivo e de repente - sem sequer perguntar para Janêo?
Janêo não sabia responder essa pergunta.
Mas sabia que já havia passado seu horário de acordar, então tomou aquele banho e se despediu dos pais que ele há muito abandonara e que não estavam lá.
Nu, correu atrás de seu ônibus e percebeu gostar do ritmo que se impusera às suas pernas. Decidiu: "a partir de hoje eu só vou correndo".
E correu. Muito.
Eis que um dia, com pés de sola negra e castigados pelos dois sóis que não cessavam seu brilho, Janêo viu-se cansado e tentou voar - mas não era aquele tipo de sonho. "Bem, acontece", pensou.
Viu caindo um vaso de petúnias, na direção de seu rosto. Pensou "Ah, não, outra vez!", mas era tarde demais para intertextualidades (e metalinguística). O sonho o matou.
Desperto de fato, tomou banho em um apartamento vazio e embarcou em um ônibus quebrado, comprado por uma companhia corrupta de uma cidade mais cinza que o céu dentro de seus sonhos.
quarta-feira, 7 de maio de 2014
Amor de Dominação
Me ame
Me ame até seus olhos estremecerem
Ao me ver
Me ame até a lembrança da minha voz
Lhe causar arrepios
Me ame até seu coração aflito
Se acelerar demais
Me ame transbordando
De uma agonia febril
Me ame
Com uma paixão violenta
Me ame intensamente
Dolorosamente
Até as fibras do seu coração
Romperem-se
Me ame tanto que depois de muito
Me amar
Me tema
(É melhor ser temido do que amado)
O seu medo
(Esse sentimento dominante e maldito)
Há de tornar nosso amor
Eterno
E nós
(você e eu e as sanguessugas dos meus desejos)
Seremos felizes para sempre
Me ame até seus olhos estremecerem
Ao me ver
Me ame até a lembrança da minha voz
Lhe causar arrepios
Me ame até seu coração aflito
Se acelerar demais
Me ame transbordando
De uma agonia febril
Me ame
Com uma paixão violenta
Me ame intensamente
Dolorosamente
Até as fibras do seu coração
Romperem-se
Me ame tanto que depois de muito
Me amar
Me tema
(É melhor ser temido do que amado)
O seu medo
(Esse sentimento dominante e maldito)
Há de tornar nosso amor
Eterno
E nós
(você e eu e as sanguessugas dos meus desejos)
Seremos felizes para sempre
domingo, 4 de maio de 2014
Resumo sucinto sobre toda a vida de um estranho
Um homem estranho acabara de entrar no cômodo. Não que fosse de estranheza extravagante: na verdade, eram pequenas coisas únicas que o caracterizavam a estranheza, e era preciso conhecê-lo para dizê-lo, factualmente, estranho.
Mas, coitado, ninguém o conhecia!
Sua morte foi indolor.
Mas, coitado, ninguém o conhecia!
Sua morte foi indolor.
Entre um segundo e outro
Não quero pensar no quanto
Que foi
Não quero temer o tanto
Que será
Só quero sentir o quanto
Que é
E nas sombras voláteis dos minutos
Esquecer aquilo
Que sou
Rever aquilo
Que fui
Me tornar aquilo
Que serei
E deixar o tempo
Me deixar passar
Que foi
Não quero temer o tanto
Que será
Só quero sentir o quanto
Que é
E nas sombras voláteis dos minutos
Esquecer aquilo
Que sou
Rever aquilo
Que fui
Me tornar aquilo
Que serei
E deixar o tempo
Me deixar passar
sexta-feira, 2 de maio de 2014
Revoltas ou fantasmas
Vícios antigos e desconhecidos
Esquecimentos e medos fornecidos
Placas que dizem indicam caminhos
Apesar de céus, tão sozinhos
Desperdiçando vigor e covardia
Guardando cansaço e ousadia
Juventude tão farta de revoluções
Velhice ingenua crédula em soluções
Algo que migra ou descresce
Indignação que não recua, cresce
Revolta que na rua se tece
Luta pela vida não resolvida por prece.
Fome de arroz ou de palavras arteadas
Riscos de canções ditadas e não cantadas
Sede de algo que jamais se expressa
Nossa escuridão grita, implora por pressa.
Esquecimentos e medos fornecidos
Placas que dizem indicam caminhos
Apesar de céus, tão sozinhos
Desperdiçando vigor e covardia
Guardando cansaço e ousadia
Juventude tão farta de revoluções
Velhice ingenua crédula em soluções
Algo que migra ou descresce
Indignação que não recua, cresce
Revolta que na rua se tece
Luta pela vida não resolvida por prece.
Fome de arroz ou de palavras arteadas
Riscos de canções ditadas e não cantadas
Sede de algo que jamais se expressa
Nossa escuridão grita, implora por pressa.
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