Acorda levanta ainda não acordou
Desperta com o desespero de perto concreto mas de forma etérea alçou voo
Pra conseguir nunca morrer pra entorpecer o que sobrou
De hormônios sinapses e crânios
Um ano
Ou dois
Ou mais
Ou vinte e um
Não parece ter havido algo diferente
É patente: a elasticidade não é absoluta
Precisa luta precisa
preciosa culpa
Desculpa.
Sem tempo pro sol
Dorme
Mas a lua também não é bem vinda nem qualquer coisa bela
A camiseta amarela desbota sua cor e parece qualquer coisa de azul ou de cinza
As telas coloridas não trazem mais a diversão polifônica, biônica, cadê minhas placas tectônicas, cadê o prazer literário, cadê a vontade de criar, cadê a pulsão por mudança, cadê meus escudos, cadê minhas lanças, cadê meu coração?
E não é questão de a estrada ser dura e solitária
é que há momentos em que ou meus olhos não a enxergam
ou ela não existe