sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Luxo

Como lembranças ingratas,
As cores das gravatas
Amarram, consigo, o peso do cérebro sobre o homem
E enforcam.

Voltando ao ar, se transformam, nuas,
Douradas e azuis. Por todos os lados
Envolvem e desenvolvem.
E evoluem.

Cacofonicamente, elas só mentem.
Classificando-se, são recolhidas
Ao intenso e interno prazer rupestre
De tomar o corpo e roubar a vida.

Antes pulos, que sabiam o que fazer,
Agora muros, sem lugar ou pés pra ir
Agora nulos, até pular, até cair...
Antes não crer.

Mais absurdos que a morte em si,
Os ternos tomam o valor humano da dor,
Gritando: "Consumo pois devo!"
Atingindo o nervo das justas pessoas.

Constantemente roubam, matam, sofrem.
Até o anterior, fazia o impossível
Mas somente com o consentimento.
Agora, a rigor, crescia indivisível.

Meros prazeres que consomem a alma cadente,
(A carne e o osso nunca tão carentes,
A gula e a luxúria quase parentes de ventre!)
O luxo enche a bucha dos sem alma, pedindo-os que entrem entre suas nuances e cordas.

Mania dos distantes de procurar a cura onde há derrota, máxima e possante!
Porém é a derrota, da salvação, amante,
Uma vez que se constroem, igualmente
A partir da discórdia de nossa gente.

Embutindo a si mesmas o valor,
A fome, a peste, a raiva e a dor, ingratas,
Voltam-se aos seus formadores primatas
Depois de a mata não conter mais cor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário