Sim, elas já foram pra fora
Do corpo da orquestra fúnebre e funesta
E não podem mais cantar à festa
Não que não gostem deles, as trombetas
Mas já estão um tanto caretas
Cansaram-se de fazer-se difíceis
Cansaram-se da canção imbecil
Tardaram-se a esvaziar os edifícios
Cortam as cordas da obra senil
E se cortam, os instrumentos de metal
Tiram suas cordas para cerzir um manto
Que de nada valerá seu constante canto
Se ainda assim sentirem frio no Natal, no inverno
Um inferno, um allegro
A presto, piano e forte
Contente a bela sorte
Da cadência de um samba musicado
Pois morreram violinos e violoncelos
E ficaram só os instrumentos jogados
Que jogam seu jogo de fazer barulho
E chamar de "música", por um belo orgulho
Mas nada ainda mais absurdo
Que calarem o clássico
E tocarem o mudo
Se mudar, me mudo
Abrem-se as cortinas.
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