sexta-feira, 14 de julho de 2017

expresso 2 (mas veio antes)

Nesse mosaico malfeito
desfaço meus sonhos
pra virarem pó
misturad com um tiquinho de açúcar e leite
numa panela
pra virar pastilha, de cacau
ainda mais amargas

Os tempos perigosos são os que precisam de mais coragem
A força se mede pela disposição que se tem em perder
Para as vitórias do futuro

Sensibilidade é entender suas impossibilidades
E a partir delas
Realizar o infinito que existe no espaço aberto pelos limites

Atravessar montanhas não é um desafio
O desafio é garantir que não se perca nenhum morro
ou morrinho
ou elevação
ou floresta
ou planalto no processo.
Fogo ganha de fogo que ganha de tudo.

E se o mundo é uma coisa só,
e o tempo é só mais uma dimensão,
e existimos,
para que lugares nos levam as estradas que existem
em todos
os lugares?
exatamente,
nenhum.

perguntas quentes como essas
nos exigem cabeças frias
e trocadilhos esquisitos, ruins e deslocados
como nos dias em que toda palavra é labareda
e todo pensamento, espinho agudo
e tudo que é engraçado tem uma boa porção de trágico

Precisa de muita matéria na alma
que leva adiante os nossos corpos
durante essa viagem interminável e intermitente
entre a Vida e a Morte.
E sobre a Alma,
a questão é, muito mais do que “existe?”,
“sobrou?”;
a resposta, como a todas as perguntas que sobraram,
é, naturalmente, não. Faz sentido?

the fim end

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