sexta-feira, 27 de junho de 2014

Mãe Imaginação

Posso deitar minha cabeça no teu peito?
Assim, assim está bom
Sabe mãe, esta vida de realidade é muito dura
Me sinto tão cansado e dissecado
As coisas são cinzas demais

Me faz carinho com esses teus dedos imaginários
Ah mãe, sinto saudades de casa
Daquele tempo que a gente não precisava se esforçar
pra ter devaneios doces e destemidos

Mãe Imaginação
Me amamenta com as ideias mais brilhantes

Só o teu colo vai me desligar agora
Só a tua voz pode embalar meu sono pós-moderno
Só as tuas histórias fantásticas conseguem transcender esse mundo infértil

Mãe Imaginação
Me ame como amas as crianças

Ah, teus cabelos tem cheiro de infância
De giz de cera e castelos de areia
Queria ouvir nesse noite um tanto escura demais
Aquelas cantigas de roda que sempre mudam
Aquelas mil coisas que eu conseguia ser nos parques
A eterna voz dos meus brinquedos
Que nunca desaparecia
Porque estavas lá, ó mãe

Mãe Imaginação
Vem ficar comigo mais um pouco
Pois sem ti
Nada posso criar

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