Nos dias de sol, Macuneã olhava o azul do céu como quem namora as
nuvens. “Todos formatos”, pensava, “esses corpos adotam – será que posso ser o
que eu quiser?”.
E não tinha nuvens em seu corpo, nem espírito nem nada. “Então,
o que posso mudar?”, indagava.
Eis que Macuneã decidiu moldar sua mente. Plantar sementes em sua
própria consciência para ser, sem pressa, aquilo que sempre quis e iria querer
(mesmo sem saber o que era).
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E caminhava, em dias chuvosos, como quem admira o natural. “As
nuvens são arrastadas pelo vento e pelo tempo – será que a vida moldará minhas
nuvens?”, era a curiosidade.
Então deixou sua vida seguir seu rumo, sendo plateia de suas próprias
conquistas. Percebeu aquele como um caminho passivo, e Macuneã não queria ser
disso.
Pois foi um dia que Macuneã enfim percebeu: “Não sou nuvem, não sou
alma, não sou vento e não sou tempo. Então o que sou? Sou gente.”. E dançou
conforme a música (quando não lhe apetecia o tom, colocava aquele disco
favorito e mudava sua dança).
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