terça-feira, 15 de abril de 2014

Macuneã e os Caminhos

Nos dias de sol, Macuneã olhava o azul do céu como quem namora as nuvens. “Todos formatos”, pensava, “esses corpos adotam – será que posso ser o que eu quiser?”.
E não tinha nuvens em seu corpo, nem espírito nem nada. “Então, o que posso mudar?”, indagava.
Eis que Macuneã decidiu moldar sua mente. Plantar sementes em sua própria consciência para ser, sem pressa, aquilo que sempre quis e iria querer (mesmo sem saber o que era).
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E caminhava, em dias chuvosos, como quem admira o natural. “As nuvens são arrastadas pelo vento e pelo tempo – será que a vida moldará minhas nuvens?”, era a curiosidade.
Então deixou sua vida seguir seu rumo, sendo plateia de suas próprias conquistas. Percebeu aquele como um caminho passivo, e Macuneã não queria ser disso.
Pois foi um dia que Macuneã enfim percebeu: “Não sou nuvem, não sou alma, não sou vento e não sou tempo. Então o que sou? Sou gente.”. E dançou conforme a música (quando não lhe apetecia o tom, colocava aquele disco favorito e mudava sua dança).

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