domingo, 2 de março de 2014

Entre A Tarde e A Noite

Ó sol, ó fim de tarde, ó lindo dia
Ó dia que se vai, que foi tão belo
Que iluminou meu chão, meus pensamentos
No mesmo brilho etéreo
Que os astros reis no cosmos se saúdam
Que iluminou a terra quando Deus
Disse "Faça-se a luz!" E a luz se fez
No infinito brilhante!

Algo se agita dentro do meu centro
Quando vejo a fusão alaranjada
Das luzes novas e das luzes velhas
Beijando-se no ocaso
E um mar de nuvens se desenha ao longe
Compondo em traços vivos no horizonte
Nas telas divinais uma aquarela
Laranja, azul e bela!


E a terra alegre vibra intensamente
Quando os eccos da viva imensidade
Nos cristais da sua fronte delineiam
As forças do universo
Magicamente, o sol brilha e se esconde
E olha uma última naquele dia
Na face azul da terra, que ele ama
E ela o ama também!

E assim, dentro de mim, tudo se cala
Um sorriso se põe para que um outro
Tímido e louco, escuro e mais brilhante
Possa querer brilhar
Se ergue no céu uma musa distante
Divina e calma e em movimentos leves
Vai eclipsando as cores do crepúsculo
Na sua cor de luar

.
.

E tendo sob os olhos esta cena
Que há muito tempo assim não percebia
Eu leio, leio até vir pranto aos olhos
Os Novos Cantos de Gonçalves Dias

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