Na rua, faminto, de lua
Sob a lua e as estrelas opacas
Sobre o nada escrevo e sobre o cimento eu me sento.
E sinto as entranhas do chão que me suga
E me enxuga a alma com seu silêncio marcante
Que cobre almas e encobre homicídios
De nobre me faço no jardim das lixeiras
Sem telefones nem ninguém para usá-los
E sem ter certeza se estou errado de fato
Talvez essas flores nasçam do lixo
Talvez esse lixo seja vindo das flores
Que respiram e se nutrem à vontade
Copulando com seus amigos do ar
Sem lembrarem-se se já foram sementes
Ou se um dia já riram contentes
Medindo suas cores e hormônios
Se termina o pequeno humano na rua
Sorrindo, chorando e cantando pra Lua.
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