sábado, 21 de dezembro de 2013

Soneto da Desintegração

Quando a noite chegar, vou ser sincero,
Pretendo desmembrar os meus tecidos
Inflamando meus sórdidos sentidos
Como o incêndio de Roma fez com Nero

Quando a noite chegar, direi que quero
Desintegrar meu corpo estremecido
Desmanchar cada próton escondido
De cada um dos meus átomos austeros

Quando a noite chegar (ela está vindo!)
Todos veremos, bêbados da vida,
A sombra amarga da luz da existência

Olá noite! Hoje o dia foi tão lindo
Triste dizer adeus... Então, querida,
Devaste, escombre, quebre-me a consciência!

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