quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Problemas (e) Paralel@s

Preciso daquilo que o trovão e o raio não satisfaz
Que a maior velocidade não leva nem traz
Para trás anda a trote o pensamento
Que insiste em insistir qualquer for o momento

Prefiro o trovão que a luz que me cega
Profiro um rojão pela voz que me nega
Ainda que em papiros, escrevo uma carta sem destinatário
Fazer um náufrago achando-se um pário
Mas não passará de um otário

Preciso dos litros que compõem o volume das minhas imagens
Antes que eu imagine-as e elas caiam na memória
Que tão longe e tão perto, nunca dá o que ela toma
E faz a real intenção escapar pelas margens

Por mais que insistente, o existente não traz a luz
Nem pinta sequer o mais rupestre quadro
De emoções e locomoções à velocidade suprema
E apaga e rasura nossas pinturas



Preciso daquilo que a chama carnal não atinge
Não queima nem aflige
Nem deixa de fazer sentir o calor
Nem deixa de lembrar da mais intensa dor
Nunca deixa,
Nunca flor
Nunca deixe,
Flor

Paredes que cercam a rápida alusão a uma lucidez insana
Enquanto os pulsos e o sangue, do chão, emanam
Trazem de volta o caos e a lama
Um homem roubado nunca se engana
Nem clama

Pífios sons, aos mudos, não fazem diferença
O que o gato canta, aos cegos, não muda sua despensa
Os laudos rasgados ao burocrático não traz a felicidade
Antes que tragam os rasgados à cidade
Antes, depois
Antes do que foi
Depois do que será

Pois será?

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