sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Pequenos e Grandes

Dez somos nós, eu e nossos avós
Pois sois o menor dos nós, sol-e-estrelas
Que sei, eu, quais são mesmo os nossos sóis?
Que sei, será?, sobre estes meus lençóis?
Em maus lençóis o sol me bate, ingrato
O fato que suponho é só desgosto
Pois eu penso, por exemplo, o seguinte:
Os astros são nossos, e isso é fato
Mas qual é a inebriante mente
Que mente e diz que são nossos, os astros
Que só conclui o centro do universo
Como nós, não, na verdade, o inverso
Que é o que há: somos bem pequenos
Lógico que, felizes, somos plenos
Mas ainda assim, repito: pequenos
Mesmo que sonhemos grande: pequenos
Se ao menos escutasse o trovoar
Das flores ao invés de só pensar
Nos amores, pensar também nos astros
Talvez até fosse um astro. Não sou.
Pois penso e aqui, como vento, eu voo
E vou dizer mais: eu nunca decolo
Decoro a altura e o meu pensamento
E me deixo levar até o momento
Momento de lembrar que nós não somos
Astros, pássaros: andantes, pensantes
Até amantes da natureza somos
Mas astros somos? Não, não alcançamos

Nenhum comentário:

Postar um comentário