me movo e o vento me ouve
e comove com o frio (con)sagrado.
não me escondo, nunca temo ver
onde levarão-me estes sopros.
e de novo eu insisto em querer
ser vento e ser fogo e do povo
e ser logo.
mas a brisa me acalma e eu respiro
tudo que me enche de mim.
então está tudo bem,
por menos que me pareça assim.
o vento me enche os ouvidos
e eu não ouço nada de ninguém que me envolve.
me sinto num poço tampado, esquecido
enquanto meus pés sentem o gosto da terra
então vem poeira aos meus olhos
e a arte de ver se desmancha em cima do meu nariz
e as luzes me gravam fotografias sem substância
então o frio me congela as mãos
e encostar em qualquer coisa me machuca
o barulho do vento me deixa mudo
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