domingo, 19 de outubro de 2014

Manifesto contra a parede

Contra todas as formas de conservação de energia.
Pela vasta dissipação cinética dos cernes enérgicos do
mundo.
Antes os movimentos sem causa que as causas sem

movimento.

Eterna poesia de um circuito elétrico.
Maquinário. Víscera. Tornado.
Beijos em redemoinho,
colapsos
Eclipses e carros, clepsidras ao contrário.

τ = ^ε

Independentemente do sentido
da força resultante
Que não seja nula.

Multidões gritando, vórtices mavórticos
de suor e calor humano
Corinthians 5 Palmeiras 4
Com toda a sinceridade desejamos
que este muro quebre
E que sejamos nós os agentes
da desconstrução final.

Morte a todo tipo de estática
A toda equação que não possa ser
transformada em outra.
Continuidade a todas as potências de existir
Poder ser, vir a ser, ser.

Vai, garoto, pega a mão dela!
Suspira no ouvido dela
Faz ela gostar e quando
ela desgostar pegue outra
mão e mais outra!

Ritmos pélvicos conjugados
numa sinfonia de universos cognatos
Pressão, pressão, pressão
Danças de acasalamento
Sucessão infinita de todos os rolês
Processadores vomitando arte

Queremos o fim deste sistema
O fim do próximo sistema
E o fim de todos os sistema que virão
depois de um e de outro.

Museus em chamas.

Contra todo o congelamento da alma humana.

Contra o existir-tijolo, o ser-em-parte
Contra a indiferença do homem-cimento
Contra a rigidez da vida cotidiana
Contra a anestesia do concreto-hoje

Como uma bola de demolição
Que está aqui para ser nada senão
Uma bola de demolição

CONTRA

CONTRA A PAREDE.

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